Páginas

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Análise do Caráter - Alexander Lowen

Para um artigo sobre este material, acesse
                                       http://bcpandre.blogspot.com/2009/07/carater.html

  Análise do caráter é disparado o melhor livro de Lowen. Segue abaixo pequena resenha sobre trecho que resume seu entendimento sobre os tipos Reichianos, sua taxonomia e tratamento.
Boa leitura.
Andre B. Julho de 2009.

Análise do caráter – Pequeno histórico.
a. Análise do Caráter, de 1933. Wilhelm Reich. Resultados de nove anos de trabalho psicanalítico.
b. Um texto básico da literatura psicanalítica. Junção entre psicologia e biologia. Para o autor, é a maior realização da técnica psicanalítica.
c. Caráter: Expressão do funcionamento do individuo tanto no âmbito psíquico quanto somático.
d. 1908: Freud publica: “Caráter e erotismo anal.” A fórmula de Freud mostrou-se inadequada porque não era possível derivar o caráter a partir de nenhuma combinação entre os traços. Ao contrário, os traços são aspectos de uma estrutura unitária.
e. 1921: Abraham. Artigo sobre traços orais na fase anal. Em 24/25, ampliou os estudos sobre os tipos de caráter com mais dois artigos sobre os caráteres oral e genital. Considerações teóricas sem comprovação clínica.


f. Reich: Problema prático. Procura compreender o caráter em seu papel de resistência à interpretação analítica, e em sua função na economia orgânica da libido. Do primeiro ponto de vista, emergiram os princípios da análise do caráter que trataremos aqui.


Definições de caráter.
g. Abraham: Direção habitualmente tomada pelos impulsos voluntários de uma pessoa.
h. Atitude básica com a qual o individuo confronta a vida, seja na sessão analítica, seja em qualquer situação.
i. O caráter descreve uma realidade objetiva. Pode ser observado pelos outros, mas com mais dificuldade pela própria pessoa.
j. Ele apresenta um padrão típico de comportamento ou uma direção habitual. É um modo de responder que está estabelecido, congelado ou estruturado. Tem uma “característica” que sempre indica o modo de ser peculiar da pessoa.
k. Toda estrutura de caráter é patológica. O individuo que nunca teve suas energias libidinais estruturadas de modo típico ou numa direção, não é considerado dono de uma estrutura de caráter.
l. Personalidade e caráter: O primeiro é mais subjetivo: Descreve nossa resposta emocional a um outro ser. É a expressão da força vital num ser humano, e extensão dessa força no meio ambiente. Fulano é magnético, radiante, etc. O segundo é passível de observação objetiva.
Ego e caráter:
m. O ego é uma percepção subjetiva do self.
n. Otto Fenichel: Os modos costumeiros à disposição do ego para o ajustamento ao mundo exterior, ao id e ao superego, assim como os tipos característicos de combinações de todos estes modos constituem o caráter.
o. O ego ideal, ou idealizado: Parte da estrutura do caráter.
p. O individuo neurótico se identifica com seu caráter. Ele é a única modalidade na qual a vida instintiva tem sido capaz de funcionar.
q. O aspecto do ego ideal (determinação, por exemplo), é o maior triunfo e o maior empecilho à realização de uma vida mais bem sucedida. 120.
r. O caráter é resultante de forças opostas: o impulso do ego e as defesas do ego. Se pudermos separar o ego da estrutura de caráter na qual está enraizado, está livre o caminho para a modificação da estrutura. Para isso, devem ser vencidas as defesas egóicas. Essa é a tarefa de todas as terapias analíticas.
s. A análise do caráter tem um objetivo básico: Fazer com que o paciente sinta seu caráter como uma formação neurótica que limita e interfere nas funções vitais do ego. O paciente percebe o sintoma neurótico como alheio ao ego, enquanto aceita o caráter como ego. O problema analítico requer uma análise persistente e consistente do padrão de comportamento, mostrando como é que cada ação se encaixa no quadro total.
Estruturas de caráter.
1) Segue uma breve descrição de cada tipo de defesa e estrutura de caráter (imagens principais do Pathwork).
2) Aqui, abordamos o ponto de vista de Alexander Lowen, um dos principais estudiosos do caráter, e suas aplicações práticas para terapia.
3) Os sentidos dados aos termos “masoquista”, “psicopata”, “oral”, etc. tem um sentido Reichiano, e não Freudiano.
4) Mesmo assim, é possível fazer muitas correlações com a psicanálise clássica, principalmente com a escola objetal, a partir de Margareth Mahler e Melanie Klein.
5) O caráter rígido aqui é apresentado numa versão extremamente simplificada, não considerando as variações histérica, fálico-narcisista, compulsiva e passivo-feminino.
6) As estruturas de caráter aparecem conforme problemas no desenvolvimento acontecem, e acordo com a tabela (mais) abaixo:
<>  <><> 
<> <>   <><>   <>
Fase do desenvolvimento
Distúrbio
Caráter
Nascimento e primeiros meses de vida
Rejeição forte da mãe.
Esquizóide
Fase oral da 1ª infância. Até os doze meses.
Nutrição inadequada; Falta de contato íntimo com a mãe.
Oral
Fase oral/anal. Início da fase genital.
Falta de contato íntimo com a mãe. Posterior padrão de sedução e abandono.
Psicopata
Fase anal. 2º ano de vida.
Mãe invasiva e controladora. Criança não tem direito à expressão de sua independência e integridade.
Masoquista
Fase genital. Até a puberdade.
Frustração edipiana típica. Criança é rejeitada em suas expressões de afeto corporal
Rígido
A seguir, uma breve descrição dos cinco principais tipos de estruturas de caráter.
Estrutura de caráter esquizóide:
1) Tendência à formação do estado esquizofrênico.
a. Cisão do funcionamento unitário da personalidade. Ex: Pensamento dissociado do sentimento e do comportamento.
b. Refúgio dentro de si mesmo rompendo ou perdendo contato com a realidade externa.
2) Senso de si mesmo está diminuído; ego é fraco e cujo contato com seu corpo e sentimentos está diminuído em grande parte.
3) Aspectos físicos:
a. Corpo estreito e contraído. Com elementos paranóides na personalidade, o corpo fica mais cheio e mais atlético.
b. Principais áreas de tensão: Base do crânio, articulações dos ombros, articulações pélvicas e ao redor do diafragma.
c. Esta última é severa e tende a cindir o corpo em duas partes.
d. Ou extrema inflexibilidade ou maleabilidade nas articulações.
e. Face: Aparência de máscara. Olhos sem vivacidade.
f. Braços pendem como apêndices.
g. Pés contraídos e frios. Revirados. Peso do corpo nas bordas externas.
h. Discrepância entre as duas metades do corpo. Parecem não pertencer à mesma pessoa.
i. Situações de tensão: Corpo assume posição recurvada.
4) Correlatos psicológicos:
a. Senso de si mesmo inadequado.
b. Dissociação; Atitudes antagônicas.
c. Limite precário do ego. Falta de carga periférica. Resistência reduzida à pressão vinda de fora.
d. Evita relacionamentos íntimos e afetuosos.
e. Ações não baseadas em sentimentos: Comportamento “Como se”.
5) Fatores históricos e etiológicos:
a. Rejeição logo no início da vida, por parte da mãe. Com hostilidade encoberta ou não.
b. Isto cria o medo no paciente de toda busca, toda tentativa de auto-afirmação, conduza a este aniquilamento.
c. Falta de um sentimento positivo cheio de segurança e alegria.
d. Terrores noturnos na infância.
e. Conduta não emocional, retraimento, crises de raiva, comportamento autista.
f. Se um dos pais tiver protegido a criança em excesso no período edipico, por motivos sexuais, acrescenta-se um elemento paranóico à personalidade. Isto dá margem a “Acting out” (ato de chamar atenção exageradamente), no final da meninice e fase adulto.
g. Intensa vida de fantasia a fim de sobreviver (dissociação da realidade e do corpo).
h. Sentimentos predominantes: Terror e Fúria assassina. Encarcera os sentimentos para fugir de si mesma.
Estrutura de Caráter Oral.
1) Personalidade que contém muitos traços típicos da primeira infância.
2) Fraqueza, dependência dos outros, agressividade precária, sensação de precisar ser carregado, apoiado, cuidado.
3) Falta de satisfação e fixação neste período da infância.
4) Disfarce com atitudes compensatórias. Independência exagerada que não se sustenta em situações de tensão.
5) Carência afetiva.
6) Características físicas.
a. Corpo estreito e esguio.
b. Falta de energia e de força na parte inferior do corpo.
c. Vista fraca. Tendência à miopia. Excitação genital reduzida.
d. Difere do esquizóide por não estar tão enrijecido.
e. Musculatura é subdesenvolvida, mas não fibrosa (esquizóide). Braços e pernas compridas e magricelas.
f. Pés estreitos e pequenos. Pernas parecem não sustentar o corpo.
g. Joelhos encolhidos.
h. Tendência a escorregar.
i. Sinais físicos de imaturidade. Pelve menor que o normal. Pelo do corpo é esparso.
j. Corpos de criança.
k. Respiração superficial (baixo nível energético). Impulso de sugar reduzido.
7) Correlatos psicológicos.
a. Tendência a amparar-se em alguém.
b. Incapacidade de ficar sozinho. Desejo exagerado de estar em companhia das pessoas para receber seu calor e seu apoio.
c. Sensação de vazio. Outros preenchem esta lacuna.
d. Supressão de desejos e sentimentos intensos. Se fossem expressos, resultariam num choro muito profundo e numa respiração mais forte.
e. Sujeito a alternâncias de humor entre a depressão e a elação (euforia, animação).
f. Atitude de que as coisas lhe são devidas. O mundo deve sustenta-lo. Deriva das primeiras experiências de privação.
8) Fatores históricos:
a. Privação inicial: Morte da mãe, doença, ausência para trabalhar, mãe deprimida.
b. Desenvolvimento precoce: Aprender a falar e a andar mais cedo que o normal.
c. Amargura na personalidade (Frustração de contato e calor humano).
d. Depressão no final da infância e início da adolescência.
e. Não tem comportamento autista do esquizóide. Elementos esquizóides no oral e vice-versa.
Estrutura de caráter psicopata.
1) Negação do sentimento. Atitude psicopática. Diferente do esquizóide que se dissocia do sentimento.
2) O ego/mente volta-se contra o corpo/sentimento, principalmente de natureza sexual.
3) Grande acumulo de energia na própria imagem.
4) Motivação de poder e necessidade de controlar e dominar.
5) Dois modos de ter domínio sobre o outro:
a. Oprimindo diretamente.
b. Sedução.
6) Características físicas:
a. Parte superior do corpo “cheia de ar”.
b. Parte inferior parece com a da estrutura oral.
c. Hiperexcitação da capacidade mental.
d. Olhos atentos e desconfiados. Não abertos para os inter-relacionamentos.
e. Necessidade de controle contra si mesmo: Cabeça muito erguida (não posso perder a cabeça) mantém o corpo rijo nos limites de seu controle.
f. O corpo do sedutor é mais regular sem aparência inflada.
g. Costas hiperflexiveis.
h. 1º tipo: Pelve tem carga reduzida e é sustentada de maneira rígida.
i. 2º tipo: Carga excessiva e desconectada.
j. Ambos apresentam espasticidade acentuada do diafragma.
k. Tensões no segmento ocular.
l. Tensões musculares graves na base do crânio.
7) Correlatos psicológicos.
a. O psicopata “depende” de alguém para controlar. Dose de oralidade.
b. Medo de ser controlado/usado.
c. Disputa pelo domínio entre pais e filhos.
d. Não admite fracasso (necessidade de estar por cima). Coloca-se na posição de vítima.
e. O prazer na atividade tem menos importância em relação ao desempenho próprio ou à conquista.
f. Estratégia: Fazer com que os outros precisem dele, para que ele não precise expressar essa necessidade. Deste modo está sempre acima dos demais.
8) Fatores históricos.
a. Dificuldade em elucidar experiências de vida, pois nega os sentimentos/experiências.
b. Presença do pai sexualmente sedutor. Encoberta e realizada para satisfazer às necessidades narcisisticas do mesmo.
c. O pai sedutor é alguém que rejeita a criança, em suas necessidades de apoio e de contato físico. (Traço oral).
d. Nesta situação, qualquer tentativa de sair em busca de contato coloca a criança em posição de extrema vulnerabilidade. A criança desprezará a necessidade (deslocamento ascendente), passando por cima dela, ou a satisfará através da manipulação dos pais (tipo sedutor).
e. Traço masoquista: Submissão ao genitor sedutor. Ela não tinha como se revoltar ou sair da situação. Quanto mais abertamente a criança se submete, mais perto do genitor conseguirá ficar. (Mais presente no tipo sedutor).
f. Depois que tiver funcionado a sedução e estiver firme vinculo com a outra pessoa, o papel se inverte e emerge o sadismo.
Estrutura de caráter masoquista.
1) Aquele que sofre e se lamenta. Que se queixa e permanece submisso.
2) Tendência predominante é a submissão.
3) Internamente, acontece o contrário. Emocionalmente, a pessoa acolhe sentimentos intensos de despeito, negatividade, de hostilidade e superioridade.
4) Estes sentimentos estão fortemente aquém dos ataques de medo, que explodiria num violento comportamento social.
5) O medo de explodir é contraposto a um padrão muscular de contenção. Músculos densos e poderosos restringem qualquer asserção direta de si, permitindo somente as queixas, os lamentos.
6) Características físicas.
a. Corpo curto, grosso, musculoso.
b. Pelos no corpo.
c. Pescoço curto e grosso (atarracamento da cabeça).
d. Cintura mais curta e mais grossa.
e. Projeção da pelve à frente. Encurtamento para cima e achatamento das nádegas. Cão com rabo entre as pernas.
f. Dobra na cintura (resulta das tensões na região).
g. Mulheres: Rigidez na metade superior e masoquismo na metade inferior (Nádegas e coxas pesadas, tonalidade escura da pele, da estagnação da carga energética).
7) Correlatos psicológicos.
a. Agressão e auto-afirmação bastante reduzidas, substituídas por queixumes e lamentos.
b. Conduta provocativa substitui a assertividade. O objetivo é receber uma resposta poderosa para que o masoquista tenha condições de reagir violenta e explosivamente (no sexo).
c. Sentimento “de estar preso num atoleiro”. Incapaz de movimentar-se livremente.
d. Submissão e cordialidade.
e. No consciente, identificação com a tentativa de agradar. No inconsciente, esta atitude é negada por despeito, por negativismo e por hostilidade.
f. Estes sentimentos reprimidos devem ser liberados antes que possa haver uma resposta descontraída frente à vida.
8) Fatores históricos.
a. Amor e aceitação ao lado de uma repressão severa.
b. Mãe é dominadora e se sacrifica. Sufoca a criança, que é levada a se sentir culpada por qualquer tentativa de declarar sua liberdade ou de afirmar sua atitude, quando negativa.
c. Pai passivo e submisso.
d. Ênfase exagerada à alimentação e à defecação, fator que se soma à pressão já mencionada.
e. “Seja um bom menino. Coma toda sua comida. Faça coco direitinho. Deixe a mamãe ver”.
f. Todas as tentativas de resistência, inclusive os acessos de birra, foram esmagadas.
g. Sentimento de ter sido ludibriado. Só é possível reagir com despeito, que, por sua vez acaba na autodestruição. Não há possibilidade de saída, do ponto de vista da criança.
h. O paciente quando criança lutava consigo mesmo, com um profundo sentimento de humilhação, toda vez que se deixava soltar livremente, na forma de vômitos, de desafios, de fazer xixi e coco nas calças.
i. Tem medo de meter-se em situações delicadas (ficar sobre um pé só) ou de intrometer-se (espichar o pescoço - vale o mesmo para os genitais) por medo de ser rejeitado. A ansiedade de castração é muito acentuada.
j. Pior medo: Ser afastado dos relacionamentos familiares, provocadores de amor, embora sob certas circunstancias.
Estrutura de caráter rígida.
1) Tendência a se manterem eretas, de orgulho.
2) Cabeça bem erguida, coluna reta.
3) Medo de ceder. Ato de submeter-se é como perder-se completamente.
4) Rigidez: defesa contra uma tendência masoquista subjacente.
5) Está sempre alerta contra situações onde possam aproveitar-se dele, onde possa ser usado ou enganado.
6) Defesa: Contenção de todos os impulsos de sair em busca exterior, de abrir-se.
7) Rigidez é segurar-se nas costas. Capacidade de conter: Forte controle do ego e elevado teor de controle comportamental.
8) Posição genital forte. Bom contato com a realidade, que é empregado como meio de defesa contra os impulsos que buscam o prazer/ceder. Este é o conflito básico de sua personalidade.
9) Características físicas.
a. Proporcional. Harmonia entre as partes.
b. Pessoa se sente integrada e conectada.
c. Vivacidade do corpo. Olhos brilhantes, boa cor da pele, leveza de gestos e movimentos.
d. Se a rigidez for grave: Diminuição das características descritas. Menos graça e leveza.
10)Correlatos psicológicos.
a. Mundanos, ambiciosos, competitivos, agressivos. A passividade é experimentada como vulnerabilidade.
b. Orgulho/teimosia, mas não despeitada.
c. Ceder é parecer imbecil. Então se contém. Acha que a submissão acarretará na perda de sua liberdade.
d. Caráter rígido descreve vários tipos de personalidade.
e. Tipos fálicos, narcisistas (masculinos), cujo elemento central é a potencia eretiva.
f. Tipo vitoriano da mulher histérica (Reich). Usa o sexo como defesa contra a sexualidade.
g. Caráter compulsivo também faz parte.
11)Fatores históricos.
a. Sem situações severamente traumáticas com posições defensivas mais complexas.
b. Experiência de frustração na busca da gratificação erótica, no nível genital.
c. Proibição da masturbação infantil e em relação ao pai do sexo oposto.
d. Rejeição das buscas de prazer erótico é considerada pela criança como uma traição de sua ânsia de amar (sexualidade é amor, nessa fase).
e. O rígido não abandona sua consciência. Ela age com o coração, com restrições e sob o controle do ego.
f. Estado desejável: Render o controle.
g. Move-se de modo indireto e dentro dos limites de sua guarda no sexo. Não é manipulativo como o psicopata. As manobras buscam a proximidade.
h. A rejeição de seu amor sexual é um ataque ao seu orgulho, insulta seu orgulho.
Hierarquia dos tipos de caráter e uma declaração de direitos.
1) Hierarquia. Do esquizóide à saúde emocional.
2) Critério: O grau de intimidade que se permitem ter.
3) O esquizóide evita a proximidade íntima.
4) Oral entra em intimidade com base em sua necessidade de ter calor humano e apoio, em bases infantis.
5) Psicopata só consegue se relacionar com os que precisam dele. Enquanto for necessário, permite um grau limitado de intimidade.
6) Masoquista é capaz de estabelecer um relacionamento intimo, com base em sua atitude submissa. É superficial, mas é mais intima do que todas as três anteriores.
7) O rígido estabelece relacionamentos relativamente íntimos, pois mantem-se alerta, apesar da aparente aproximação e compromisso com as outras pessoas.
8) A estrutura de caráter é o melhor arranjo que a pessoa conseguiu propor-se.
9) Conflitos inerentes às estruturas de caráter:
a. Esquizóide: Se eu expressar minha necessidade de estar próximo de alguém, minha existência entra em perigo. Só posso existir se não tiver necessidade de intimidade. Portanto, ela tenta permanecer em isolamento.
b. Oral: Se eu sou independente, devo desistir de toda necessidade de apoio e calor humano. Posso exprimir minhas necessidades na medida em que não sou independente. Se esta pessoa abandonar sua necessidade de aproximação e amor, cairá na esquizofrenia.
c. Psicopata: Posso aproximar-me se eu deixar você me controlar ou usar-me. A criança é forçada a inverter os papéis nos relacionamentos posteriores e torna-se a parte controladora e sedutora (principalmente com orais). Mantendo então o controle sobre o outro, pode permitir-se certa intimidade. “Você pode ficar ao meu lado enquanto me olhar de baixo para cima”, em vez de “Eu preciso estar perto de você”.
d. Masoquista: “Se eu for livre, você não me amará”. “Serei seu menininho bem comportado e então você me amará”.
e. Rígido: Posso ser livre se não perder minha cabeça e se não entregar-me totalmente ao amor.
10)Dualidades:
a. Esquizóide: existência x necessidades.
b. Oral: Necessidades x independência.
c. Psicopatico: Independência x intimidade.
d. Masoquista: Intimidade/proximidade x liberdade.
e. Rígido: Liberdade x Ceder ao amor.
11)A cura está em fazer desaparecer o antagonismo aparente das proposições. Você pode ter as duas coisas.
12)Declaração de direitos:
a. Direito de existir.
b. Direito de ter segurança nas próprias necessidades.
c. Direito de ser autônomo e independente.
d. Direito a auto-afirmação.
e. Direito de ter desejos e de fazer esforços no sentido de satisfazê-los direta e abertamente.
Fontes bibliográficas.
Lowen, Alexander. O corpo em terapia.
Lowen, Alexander. Bioenergética.
Reich, Wilhelm. Análise do caráter.
Mahler, Margareth. O nascimento psicológico da criança.
Thesenga, Susan. O eu sem defesas.

2 comentários:

Unknown disse...

Fiquei bastante curiosa com esse item:
11)A cura está em fazer desaparecer o antagonismo aparente das proposições. Você pode ter as duas coisas.
Poderia supor então que encontrar o equilibro entre as características negativas e as positivas seria uma suposta "cura" para o traço de caráter evidente? Abraço. Sandra (a Psicopática)

Unknown disse...

Fiquei bastante curiosa com esse item:
11)A cura está em fazer desaparecer o antagonismo aparente das proposições. Você pode ter as duas coisas.
Poderia supor então que encontrar o equilibro entre as características negativas e as positivas seria uma suposta "cura" para o traço de caráter evidente? Abraço. Sandra (a Psicopática)