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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Modelo Cognitivo - Judith Beck




O Modelo Cognitivo de Aaron Beck

Este conceito da terapia cognitiva é ligeiramente diferente do conceito de imagem principal do Guia do Pathwork. A imagem principal é uma idéia geral e vaga sobre o mundo e sobre a vida, no qual o eu vai tentar se adaptar. No final, a imagem principal do Pathwork também produz um conceito de eu distorcido, mas cuja descrição é diferente e baseada não em padrões de cognição, mas em padrões de tensões musculares. Resumo por Andre Barreto.

  1. A crença central é sempre uma visão do eu que é distorcida, baseada em experiências dolorosas da infância.

  1. A atitude é sempre uma visão de que algo é terrível. Tal acontecimento é o mesmo que morrer.

  1. A suposição é um encadeamento lógico de solução que está baseado na crença principal.

  1. A regra vai tomar forma de “sempres” e “nuncas”, como soluções simplistas e nem sempre aplicáveis para se vencer na vida e se conseguir o que se quer.








  1. Pensamentos automáticos.

    1. Um fluxo de pensamento que coexiste com o fluxo de pensamento mais manifesto.

    1. Experiência comum a todos nós.

    1. A maior parte do tempo, mal estamos cientes deles. Com um pouquinho de treinamento, aprendemos a trazer estes pensamentos à consciência, e então podemos fazer uma checagem de realidade (se não estamos sofrendo de uma disfunção psicológica).

    1. Uma vez que as crenças subjacentes sejam identificadas, os pensamentos automáticos se tornam bastante previsíveis.

    1. Estamos preocupados em identificar os pensamentos que são disfuncionais, ou que não correspondem à realidade; Que são emocionalmente aflitivos; e que nos impedem de atingir nossa meta.

    1. Pensamentos automáticos são quase sempre negativos, com exceção aos casos de transtorno de personalidade narcisistica, uso de drogas, e pacientes maníacos ou hipomaníacos.

    1. Nós em geral estamos mais conscientes da emoção causada pelo pensamento que do pensamento em si.

    1. Forma abreviada do pensamento automático: “Oh não” pode ser traduzido em “Meu facilitador vai me dar tarefa de casa em excesso”.




    1. Forma verbal ou visual, ou ambas. No exemplo acima, a pessoa pode ter tido uma imagem de si mesma fazendo a lição, sozinha, tarde da noite.

    1. Primeiro tipo. Pensamento automático de validade: Afirmação distorcida, que ocorre apesar de evidencias em contrário.

    1. Segundo tipo: Afirmação correta, que leva a conclusões distorcidas. “Eu não fiz o que prometi a minha colega, portanto, sou uma má pessoa.”

    1. Terceiro tipo. Pensamento automático de utilidade: É preciso, mas disfuncional: Exemplo: “Eu vou levar horas para fazer tudo isso. Ficarei acordada até às três da manhã”. Embora o pensamento tenha sido correto, ele aumentou sua ansiedade, diminuiu sua concentração e sua motivação. Uma resposta adaptativa de utilidade seria: “É verdade que levará um longo tempo para terminar isso, mas eu posso fazer, já fiz isso antes. Será melhor concentrar-me em terminar uma parte em um momento e dar-me crédito por tê-la terminado.”

    1. As pessoas em geral aceitam seus pensamentos automáticos como verdadeiros, sem reflexão ou avaliação. Avaliar a utilidade e/ou validade dos PA geralmente produz uma mudança positiva de afeto.

  1. Técnica para identificar os pensamentos automáticos.

    1. Pergunta básica: “O que estava passando pela sua cabeça neste momento?”.
    2. Faça-se esta pergunta quando você perceber sua mudança de afeto.
    3. Durante a revisão diária tente se lembrar da situação problemática ou momento durante o qual experimentou a mudança de afeto e faça a pergunta acima.
    4. Outras perguntas para fazer a si mesmo, se as técnicas acima falharem:
    5. “Sobre o que você acha que estava pensando?”
    6. “Você acha que poderia ter pensado sobre_______ ou ________?”
    7. “Você estava imaginando algo que poderia acontecer ou algo que já aconteceu antes?”
    8. “O que esta situação significou para você, ou diz para você”?

  1. As crenças centrais.

  1. Idéiam mais centrais das pessoas a respeito de si mesmo/a.

  1. Duas categorias: desamparo e desamor.

  1. Desenvolveram-se na infância, conforme a pessoa encontrou situação que confirmaram essa idéia.

  1. Podem ser positivas ou negativas.

  1. Crenças centrais negativas podem vir à tona em momentos de aflição.

  1. São mais inconscientes que os Pensamentos automáticos.

  1. Crenças centrais podem ser também generalizações sobre as outras pessoas, sobre o mundo, etc.

  1. São globais, absolutistas e supergeneralizadas.

  1. Quando são ativadas, o cliente filtra as informações que as apóiam, e falham em reconhecer ou distorcem evidencias em contrário.

  1. Quando estamos em aflição as identificamos com maior facilidade.

  1. Categorias de Crenças centrais.

    1. Crenças centrais de desamparo:

  1. Eu sou desamparado.
  2. Eu sou impotente.
  3. Eu estou fora de controle.
  4. Eu sou fraco.
  5. Eu sou vulnerável.
  6. Eu sou carente.
  7. Eu estou sem saída.
  8. Eu sou inadequado.
  9. Eu sou ineficiente.
  10. Eu sou incompetente.
  11. Eu sou um fracasso.
  12. Eu sou desrespeitado.
  13. Eu sou defeituoso (não chego à altura dos outros).
  14. Eu não sou bom o suficiente (em termos de conquistas).

    1. Crenças centrais de desamor:

  1. Eu não sou capaz de ser amado.
  2. Eu não sou capaz de ser querido.
  3. Eu sou indesejável.
  4. Eu não sou atraente.
  5. Ninguém me quer.
  6. Ninguém liga para mim.
  7. Eu sou mau.
  8. Eu não tenho valor.
  9. Eu sou diferente.
  10. Eu sou imperfeito (portanto, os outros não irão me amar).
  11. Eu não sou bom o suficiente (para ser amado pelos outros).
  12. Eu estou a ponto de ser rejeitado.
  13. Eu estou condenado a ser abandonado.
  14. Eu estou a ponto de ficar sozinho.


    Veja quadro resumo abaixo no link:


    Quadro resumo

  1. Exemplo vertical do modelo aplicado.

  1. Crença central: “Eu sou inadequada”.

  1. Crença intermediária: Atitudes, suposições e regras.

  1. Atitude: “è horrível ser inadequada”.

  1. A partir desta atitude, a pessoa pode adotar dois tipos de estratégias compensatórias: De um tipo ativo e de um tipo passivo. Aqui entra a inclinação da personalidade.

  1. Suposições: “Se eu trabalhar muito duro, então posso fazer bem as coisas.” (Estratégia compensatória ativa).

  1. Regras: “Eu deveria ser excelente em tudo o que for fazer”; “Eu deveria sempre me esforçar ao máximo”.

  1. Pensamento automático: “Eu não posso fazer isso, é difícil demais, eu jamais entenderei isso”.

  1. Uma estratégia compensatória passiva, a suposição poderia ser: “Se eu nem tentar fazer as coisas, talvez eu não sofra com a frustração”.

  1. A regra neste caso: “Eu nunca tentarei para não me frustrar”.

  1. Pensamento automático neste caso poderia ser: “Eu sou tão inadequada”. Ele reforça a crença central e perpetua o ciclo vicioso.

  1. Exemplo horizontal.

  1. Situação – pensamento automático- emoção-reação fisiológica - comportamento.

  1. Situação: Conversando ao telefone com Donna.

  1. Pensamento automático: “Ela não deve mais gostar de mim”.

  1. Emoção: Triste.

  1. Reação fisiológica: Aperto na garganta.

  1. Comportamento: Fica distante e termina logo a conversa.


    No link, um esquema da situação descrita acima:


    "Eu sou inadequada"


    Veja também este outro exemplo:


    " Eu sou incompetente"
Fonte: Terapia Cognitiva. Teoria e prática. Judith S. Beck.

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