O Modelo Cognitivo de Aaron Beck
Este conceito da terapia cognitiva é ligeiramente diferente do
conceito de imagem principal do Guia do Pathwork. A imagem principal
é uma idéia geral e vaga sobre o mundo e sobre a vida, no qual o eu
vai tentar se adaptar. No final, a imagem principal do Pathwork
também produz um conceito de eu distorcido, mas cuja descrição é
diferente e baseada não em padrões de cognição, mas em padrões
de tensões musculares. Resumo por Andre Barreto.
- A crença central é sempre uma visão do eu que é distorcida, baseada em experiências dolorosas da infância.
- A atitude é sempre uma visão de que algo é terrível. Tal acontecimento é o mesmo que morrer.
- A suposição é um encadeamento lógico de solução que está baseado na crença principal.
- A regra vai tomar forma de “sempres” e “nuncas”, como soluções simplistas e nem sempre aplicáveis para se vencer na vida e se conseguir o que se quer.
- Pensamentos automáticos.
- Um fluxo de pensamento que coexiste com o fluxo de pensamento mais manifesto.
- Experiência comum a todos nós.
- A maior parte do tempo, mal estamos cientes deles. Com um pouquinho de treinamento, aprendemos a trazer estes pensamentos à consciência, e então podemos fazer uma checagem de realidade (se não estamos sofrendo de uma disfunção psicológica).
- Uma vez que as crenças subjacentes sejam identificadas, os pensamentos automáticos se tornam bastante previsíveis.
- Estamos preocupados em identificar os pensamentos que são disfuncionais, ou que não correspondem à realidade; Que são emocionalmente aflitivos; e que nos impedem de atingir nossa meta.
- Pensamentos automáticos são quase sempre negativos, com exceção aos casos de transtorno de personalidade narcisistica, uso de drogas, e pacientes maníacos ou hipomaníacos.
- Nós em geral estamos mais conscientes da emoção causada pelo pensamento que do pensamento em si.
- Forma abreviada do pensamento automático: “Oh não” pode ser traduzido em “Meu facilitador vai me dar tarefa de casa em excesso”.
- Forma verbal ou visual, ou ambas. No exemplo acima, a pessoa pode ter tido uma imagem de si mesma fazendo a lição, sozinha, tarde da noite.
- Primeiro tipo. Pensamento automático de validade: Afirmação distorcida, que ocorre apesar de evidencias em contrário.
- Segundo tipo: Afirmação correta, que leva a conclusões distorcidas. “Eu não fiz o que prometi a minha colega, portanto, sou uma má pessoa.”
- Terceiro tipo. Pensamento automático de utilidade: É preciso, mas disfuncional: Exemplo: “Eu vou levar horas para fazer tudo isso. Ficarei acordada até às três da manhã”. Embora o pensamento tenha sido correto, ele aumentou sua ansiedade, diminuiu sua concentração e sua motivação. Uma resposta adaptativa de utilidade seria: “É verdade que levará um longo tempo para terminar isso, mas eu posso fazer, já fiz isso antes. Será melhor concentrar-me em terminar uma parte em um momento e dar-me crédito por tê-la terminado.”
- As pessoas em geral aceitam seus pensamentos automáticos como verdadeiros, sem reflexão ou avaliação. Avaliar a utilidade e/ou validade dos PA geralmente produz uma mudança positiva de afeto.
- Técnica para identificar os pensamentos automáticos.
- Pergunta básica: “O que estava passando pela sua cabeça neste momento?”.
- Faça-se esta pergunta quando você perceber sua mudança de afeto.
- Durante a revisão diária tente se lembrar da situação problemática ou momento durante o qual experimentou a mudança de afeto e faça a pergunta acima.
- Outras perguntas para fazer a si mesmo, se as técnicas acima falharem:
- “Sobre o que você acha que estava pensando?”
- “Você acha que poderia ter pensado sobre_______ ou ________?”
- “Você estava imaginando algo que poderia acontecer ou algo que já aconteceu antes?”
- “O que esta situação significou para você, ou diz para você”?
- As crenças centrais.
- Idéiam mais centrais das pessoas a respeito de si mesmo/a.
- Duas categorias: desamparo e desamor.
- Desenvolveram-se na infância, conforme a pessoa encontrou situação que confirmaram essa idéia.
- Podem ser positivas ou negativas.
- Crenças centrais negativas podem vir à tona em momentos de aflição.
- São mais inconscientes que os Pensamentos automáticos.
- Crenças centrais podem ser também generalizações sobre as outras pessoas, sobre o mundo, etc.
- São globais, absolutistas e supergeneralizadas.
- Quando são ativadas, o cliente filtra as informações que as apóiam, e falham em reconhecer ou distorcem evidencias em contrário.
- Quando estamos em aflição as identificamos com maior facilidade.
- Categorias de Crenças centrais.
- Crenças centrais de desamparo:
- Eu sou desamparado.
- Eu sou impotente.
- Eu estou fora de controle.
- Eu sou fraco.
- Eu sou vulnerável.
- Eu sou carente.
- Eu estou sem saída.
- Eu sou inadequado.
- Eu sou ineficiente.
- Eu sou incompetente.
- Eu sou um fracasso.
- Eu sou desrespeitado.
- Eu sou defeituoso (não chego à altura dos outros).
- Eu não sou bom o suficiente (em termos de conquistas).
- Crenças centrais de desamor:
- Eu não sou capaz de ser amado.
- Eu não sou capaz de ser querido.
- Eu sou indesejável.
- Eu não sou atraente.
- Ninguém me quer.
- Ninguém liga para mim.
- Eu sou mau.
- Eu não tenho valor.
- Eu sou diferente.
- Eu sou imperfeito (portanto, os outros não irão me amar).
- Eu não sou bom o suficiente (para ser amado pelos outros).
- Eu estou a ponto de ser rejeitado.
- Eu estou condenado a ser abandonado.
- Exemplo vertical do modelo aplicado.
- Crença central: “Eu sou inadequada”.
- Crença intermediária: Atitudes, suposições e regras.
- Atitude: “è horrível ser inadequada”.
- A partir desta atitude, a pessoa pode adotar dois tipos de estratégias compensatórias: De um tipo ativo e de um tipo passivo. Aqui entra a inclinação da personalidade.
- Suposições: “Se eu trabalhar muito duro, então posso fazer bem as coisas.” (Estratégia compensatória ativa).
- Regras: “Eu deveria ser excelente em tudo o que for fazer”; “Eu deveria sempre me esforçar ao máximo”.
- Pensamento automático: “Eu não posso fazer isso, é difícil demais, eu jamais entenderei isso”.
- Uma estratégia compensatória passiva, a suposição poderia ser: “Se eu nem tentar fazer as coisas, talvez eu não sofra com a frustração”.
- A regra neste caso: “Eu nunca tentarei para não me frustrar”.
- Pensamento automático neste caso poderia ser: “Eu sou tão inadequada”. Ele reforça a crença central e perpetua o ciclo vicioso.
- Exemplo horizontal.
- Situação – pensamento automático- emoção-reação fisiológica - comportamento.
- Situação: Conversando ao telefone com Donna.
- Pensamento automático: “Ela não deve mais gostar de mim”.
- Emoção: Triste.
- Reação fisiológica: Aperto na garganta.
- Comportamento: Fica distante e termina logo a conversa.
No link, um esquema da situação descrita acima:
"Eu sou inadequada"
Veja também este outro exemplo:
" Eu sou incompetente"
Fonte:
Terapia Cognitiva. Teoria e prática. Judith S. Beck.
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