O nascimento psicológico da criança- Margareth Mahler.
Resenha por Andre Barreto.
Nascimento psicológico da criança- M. Mahler , pág.51.
- A fase autista normal está à serviço da consolidação pós-natal do crescimento fisiológico extra-uterino, à promoção da homeostase pós-natal.
- Estados de sonolência superam em larga escala os estados de vigília (reminiscências do primitivo estado de distribuição da libido que prevalecia na vida intra-uterina.
- Ausência relativa de catexia dos estímulos externos (especialmente os perceptíveis à distancia).
- O bebe deve ser protegido contra excessos de estimulação, de modo a facilitar o crescimento fisiológico.
- É através do cuidado materno que o bebe passa gradualmente da tendência inata à regressão vegetativa...para uma consciência sensória do meio ambiente e um contato sensório como ele cada vez maiores.
- 2 estágios dentro do narcisismo primário (conceito freudiano). Autismo normal: Absoluta falta de consciência do agente materno. Primeiras semanas.
- Onipotência alucinatória condicional: Consciência turva de que a satisfação das necessidades não provem da própria pessoa, mas de algum lugar externo ao self.
- Recém-nascido nasce com equipamento reflexo que inclui o suctório, preensão, plantar, de se segurar (Hermann, 1936), relacionados ao reflexo de Moro.
- Reação de virar a cabeça em direção ao seio/ derivativo do reflexo de plantar (Freud). Motivação para o prazer. A percepção a serviço da motivação para o prazer foi capaz de criar uma identidade perceptual entre o estímulo externo e uma memória prazeirosa correspondente.
- Sinais de desenvolvimento: Seguir com os olhos e voltar-se em direção aos seios.
Nascimento psicológico da criança- M. Mahler , pág.51.
- A fase autista normal está à serviço da consolidação pós-natal do crescimento fisiológico extra-uterino, à promoção da homeostase pós-natal.
- Estados de sonolência superam em larga escala os estados de vigília (reminiscências do primitivo estado de distribuição da libido que prevalecia na vida intra-uterina.
- Ausência relativa de catexia dos estímulos externos (especialmente os perceptíveis à distancia).
- O bebe deve ser protegido contra excessos de estimulação, de modo a facilitar o crescimento fisiológico.
- É através do cuidado materno que o bebe passa gradualmente da tendência inata à regressão vegetativa...para uma consciência sensória do meio ambiente e um contato sensório como ele cada vez maiores.
- 2 estágios dentro do narcisismo primário (conceito freudiano). Autismo normal: Absoluta falta de consciência do agente materno. Primeiras semanas.
- Onipotência alucinatória condicional: Consciência turva de que a satisfação das necessidades não provem da própria pessoa, mas de algum lugar externo ao self.
- Recém-nascido nasce com equipamento reflexo que inclui o suctório, preensão, plantar, de se segurar (Hermann, 1936), relacionados ao reflexo de Moro.
- Reação de virar a cabeça em direção ao seio/ derivativo do reflexo de plantar (Freud). Motivação para o prazer. A percepção a serviço da motivação para o prazer foi capaz de criar uma identidade perceptual entre o estímulo externo e uma memória prazeirosa correspondente.
- Sinais de desenvolvimento: Seguir com os olhos e voltar-se em direção aos seios.
Fase simbiótica/diferenciação (de 1 a 5 meses) .
“Do segundo mês em diante, o bebe se comporta e funciona como se ele e sua mãe fossem um sistema onipotente.-uma unidade dual dentro de um limite comum. Estado de fusão com a mãe, no qual o eu ainda não é diferenciado do não–eu, e no qual o dentro e o fora só aos poucos vão sendo sentidos como diferentes. Neste estágio, a criança se comporta como se não pudesse nem mesmo distinguir claramente seu corpo sensório-físico do de sua mãe e do ambiente ao redor.”
Nascimento psicológico da criança- M. Mahler , pág.53.
- Marca a importante capacidade filogenética que o ser humano possui de envolver a mãe dentro da vaga unidade dual.pág.57.
- O bebe não consegue diferenciar os cuidados maternos na redução dos espasmos da fome-necessidade de suas próprias tentativas de redução de tensão , como os atos de
Urinar, defecar, tossir, espirrar, cuspir, regurgitar, vomitar, todas maneiras pelas quais o bebe tenta se livrar da tensão desprazeiroza Os dois tipos de experiências (tentativas da mãe + tentativas do bebe) ajudam o bebe a discriminar diferentes qualidades de experiência, uma boa/prazeirosa, outra má/desprazeirosa (esta parece ser a base semi-ontogenética primitiva do ulterior mecanismo de clivagem).Ver: Erikson esperança x desesperança. Otimismo e pessimismo básicos.
- Importância das experiências contato-perceptivas a partir do 3º mês. Papel crucial no processo de familiarização do bebe muito novo com seu parceiro simbiótico. Sensibilidade da superfície total do corpo (pressão que a mãe exerce ao segurar a criança) “Não devemos esquecer a falta que faz para certos adultos o ato de abraçar e de ser abraçado.”pág.55.
- Simbiose apresenta um desenrolar ideal quando a mãe, naturalmente, permitia ao bebe olhá-la no rosto, principalmente quando o amamentava. O rosto humano em movimento é o primeiro objeto de percepção significativo (que faz surgir o sorriso social não específico). O encontro olho a olho é o que organiza, origina e faz eclodir a resposta social do sorriso.Pág.55.
- Mahler aventa a hipótese de que as imagens do objeto de amor, assim como as imagens do self inicialmente corporal, e depois psíquico, emergem de traços mnemicos, cada vez mais abundantes, de experiências instintivas e emocionais prazeirosa (“boas”) e desprazeirosas (“más”), e das percepções a elas associadas.pág.58.
- Padrões de sustentação/holding das mães: Padrões de resposta e libidinização da criança em função das preferencias e reações das mães. Pág.58-60.
Nascimento psicológico da criança- M. Mahler , pág 61:
- Sorriso da criança se torna especificamente dirigido à mãe, indicando que um elo específico entre criança e sua mãe foi estabelecido.
- Jacobson: Habilidade de distinguir objetos se desenvolve mais rapidamente do que a capacidade de distinguir o self dos objetos.
- O prazer interior continua, enquanto o prazer na percepção sensória externa cresce (ver/olhar, escutar/ouvir) e estimula a catexia de atenção dirigida para fora. Duas formas de catexia de atenção oscilam livremente.
- “Desabrochamento”: Surgimento de algo novo na aparência das crianças, algo que traduzia alerta, persistência e direcionamento de objetivos. Desenvolvimento perceptivo-consciente que permite ao bebe ter um sensório mais permanentemente alerta sempre que estiver acordado. Mais uma mudança em grau do que em espécie. A atenção da mãe se combina a um estoque crescente de memória de idas e vindas da mãe, de experiências boas e más, cujo alívio não vinha do self, mas podia ser confiantemente esperado pela mãe.
- Por volta do sexto mês, tem início uma experiência de tentativa de separação-individuação (comportamentos como puxar o cabelo, orelhas e o nariz da mãe, por comida em sua boca e afastar o corpo dela de maneira a poder olhá-la melhor).
- Sexto e sétimo mês: Auge da exploração manual, tátil e visual do rosto da mãe, assim como das partes cobertas e descobertas. O bebe descobre, fascinado, um broche, um par de óculos ou pingente usado pela mãe. Jogos de esconde onde o bebe ainda assume um papel passivo. O desenvolvimento desses modelos de exploração vai mais tarde transformá-los na função cognitiva de comparar o não-familiar com o já-familiar.pág.63.
- Todas as crianças gostam de se aventurar e ficar um pouco distantes dos braços envolventes da mãe; Gostam de deslizar do colo da mãe, tendendo a permanecer junto dela ou engatinhar de volta permanecendo o mais perto possível de seus pés.
- “Confrontação”: Compara a mãe com outro, o “não-familiar” com o “familiar”, ponto por ponto. O que pertence e ao que não pertence ao corpo da mãe.
- “Reações de ansiedades com relação a estranhos”(Ansiedade do oitavo mês- Varia bastante). “Inspeção alfandegária”-Exploração daquele que não é a mãe.
- Crianças que não conseguiram atingir o ponto de confiança básica, podem subitamente sentir ansiedade com relação à estranhos.
- Dois cursos de desenvolvimento: Separação e individuação.pág.71.
- Possíveis patologias
Transformações: Psicoses autistas; Psicoses simbioticas infantis; Grande parte das esquizofrenias em adultos;Psicoses depressivas. Tratamento: Farmacológico e psicoterapia de apoio.
Desabrochar prematuro e tardio.pág.66-71.
- Garotinha cuja mãe era narcisista e afetivamente pouco generosa teve um diferenciamento tardio por não tcontar com a mãe, tendo que fazer ela mesma a maior parte do trabalho, isto é, tendo que representar a mãe para ela mesma. Desta forma, quando finalmente se diferenciou, é provável que tenha mostrado sinais de desenvolvimento de um falso self...Mais tarde, viemos a saber que a atitude verdadeiramente materna do pai desde muito cedo impediu-a de se distanciar de vez do mundo humano dos objetos.
- Peter: Fase simbiotica intensa mas desconfortável. Ele começou a desabrochar cedo. Entrou rapidamente na fase de diferenciação, de modo a se livrar de tão desconfortável simbiose. Foi uma criança que desenvolveu uma intensa reação e ansiedade com relação a estranhos. Muito tempo depois a ansiedade voltava a ocorrer, quando Peter passava por período de crise.
- Mães sufocadoras, parasitas, intrusas: Diferenciação se instaura quase veementemente(Exemplo Susan Thesenga em “Eu sem defesas”: Dificuldade em se aproximar de adultos e auto-sabotagem).Pàg.69.
- Garotinho cujos pais tinham necessidades simbiotico-parasíticas: Diminuíram o investimento libidinal em suas funções motoras (tornou-se pouco dotado).pág.70.
Sub-fase do treinamento/prática (9 a 15 meses):
- A criança, agora andando, amplia incrivelmente seu campo de exploração, mostrando pouco interesse pela mãe, voltando a ela para reabastecimento. Aos poucos, a criança vai percebendo com clareza cada vez maior que ela e sua mãe são entes separados. Ela descobre, atônita, que a mãe não a salva magicamente toda vez que ela cai. Esta descoberta leva diretamente para a próxima fase, de reaproximação. A patologia neste nível é a fronteiriça/borderline (falta de investimento libidinal no ego separado). A mãe com tendência parasítica não disponibiliza sua libido aos esforços de diferenciação da criança, que se sente abandonada e estressada, a ponto de não sobrar energia de investimento libidinal para a individuação, que a faz se sentir abandonada. Ou então, diferenciar-se fisicamente muito cedo, antes que seu psicológico esteja maduro e pronto para perceber-se separado da mãe. Nestes casos, a crise de reaproximação é especialmente forte e tensa.
Sub-fase de reaproximação (15 a 24 meses):
Com medo de perder o amor/ união com a mãe, a criança se volta para ela insistindo para que ela divida com ele cada aspecto de suas novas descobertas e aventuras. Brincadeiras de perseguir/fugir são comuns, indicando o sentimento conflitante da criança entre não voltar ao estado anterior/indiferenciado e não perder o amor/proximidade com a mãe. Aqui, após a percepção da diferenciação definitiva da mãe, a criança tenta reintegrá-la ao seu novo eu. . Durante este período confuso entre aproximar/afastar, a melhor atitude da mãe é ser flexível e estar disponível para a criança o máximo que puder, até o processo de internalização e constância do objeto se consolidar. Se a mãe tiver uma atitude pouco disponível, ou instável, a criança pode se fixar nesta fase (patologia narcisista/investimento libidinal exagerado no ego diferenciado), e nunca superar a fusão narcisista, regredindo assustada para um estado de auto-satisfação erótica e auto-suficiência. Vendo que as estratégias normais para chamar a atenção da mãe não funcionam, a criança começa a exagerar compulsiva e nervosamente suas demonstrações pavonescas (“Sua mãe parou de reagir ao fato de Henry ter começado a andar precocemente...começou a adotar estratagemas não verbais cada vez maiores, mais exagerados para chamar sua atenção”) Motivada pela raiva, frustração e sentimentos de abandono, depressão e tristeza, a criança se volta eróticamente para si mesma e se torna fixa na necessidade de fazer com que a mãe/ pessoas/ mundo lhe dê atenção exclusiva. Na fase adulta, isto pode se tornar um padrão: Conquistar e impressionar todos à sua volta, como sua necessidade primitiva não-satisfeita. (Isto é controverso. Autores como Alexander Lowen não concordam com esta abordagem, alegando que a necessidade de competência e ser aceito é característica da fase de latência/eu imperial/fulcro 4. Minha opinião é que estes padrões podem se auto-reforçar).
Quarta sub-fase: Constancia do objeto (24 a 36 meses- Consolidação/integração do fulcro 2): Quando a criança já internalizou a figura da mãe e fica bem se ela se afasta Ver: Pág.116/119. Conclusão do fulcro 2/Nascimento psicológico.
Dupla finalidade a cumprir: Atingir uma individualidade definida, em certos aspectos, para toda vida; Obter um certo grau de consciência do objeto afetivo ( depende da internalização gradual de uma imagem interior, positivamente catexizada e constante de mãe- Isto permite à criança um funcionamento separado).
Consolidação primitiva de identidade de gênero.
Unificação do objeto “bom” e “mau” numa única representação total.”Isto promove a fusão das pulsões agressiva e libidinal e modera o ódio em direção ao objeto quando a agressão é intensa.” (No estado de constancia objetal, o objeto do amor não será rejeitado ou trocado por outro caso não possa mais proporcionar satisfação.Quando este estado predomina, o objeto é ainda desejado e não rejeitado(odiado) como insatisfatório por estar ausente).Pág.116.
Self: Ampla estruturalização do ego e sinais claros de internalização de exigências parentais (formação dos precursores do superego).
Fim
3 comentários:
É intereçante saber que a formação psico-social de um ser tão complexo como o ser humano depende de coisas tão simples e maternais na maioria das vezes como a atenção e o ciclo natural da vida
É intereçante saber que a formação psico-social de um ser tão complexo como o ser humano depende de coisas tão simples e maternais na maioria das vezes como a atenção e o ciclo natural da vida
A IMPORTÂNCIA DESTA FASE DEVERIA SER ALARDEMENTE PROPAGADA E CONHECIDA ENTRE OS SERES HUMANOS.
SEU DESCONHECIMENTO TRAZ E TRARÁ CONSEQUÊNCIAS DANOSAS INDIVIDUAIS E SOCIAIS.
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