Introdução à Análise Transacional - Andre Barreto

101 AT.
 
Curso de Análise Transacional, realizado em outubro de 1988, com o Psicólogo Alfredo Simonetti. Conteúdo extraído do meu caderno de diário número sete.
Boa leitura.
Andre B. 
Introdução:

1. Objetivos da AT: 1º transformar; 2º compreender a vida.
2. Ser humano: 10% programação genética; 90% aprendido.
3. Mudança significa um novo aprendizado.
4. Autonomia: Significa ser capaz de realizar os seus desejos. Levar a vida para onde você quer levá-la.
5. Nascemos todos nós como Príncipes Felizes. Começamos a nos deparar com os “nãos” da vida. Tornamos-nos então um príncipe infeliz. Quando nos tornamos adultos a maioria de nós passa à categoria de “sapos acomodados”.
6. Características psicológicas se aprendem observando um modelo ou por convivência.
7. Segundo Alfredo Simonetti, os fatores que geram mudanças profundas em nossa vida são, por ordem de impacto:

1. Um grande amor.
2. Proximidade da morte.
3. Terapia.

8. Estados de ego em AT: Pai: É formado pela incorporação de nossos pais dentro de nós. Função: Valor. Palavra chave: “Deve”. Ego: É o nosso adulto administrador. Função: Pensar. Palavra chave: “Convém”. Criança: É nosso ser emocional e corporal. Função: Sentir. Palavra chave: “Quero”.

8. Ver diagrama no link   Estados de ego em AT

 
Aspectos do Pai:
 

Divide-se em duas partes: Pai nutritivo e pai crítico.

Cada parte do pai tem um aspecto positivo e um negativo.

8. Pai nutritivo + : Amoroso, atencioso.
9. Pai nutritivo - : Salvador: Rouba a oportunidade do filho de aprender.
10. Pai crítico + : Coloca o limite.
11. Pai crítico - Perseguidor.

A diferença entre os pais críticos é que o negativo encurrala, e o positivo dá uma saída. Ex: Kennedy e a crise de Cuba.






Aspectos do Ego:

Dois tipos: Positivo/Ético bem informado e Negativo/Não-ético mal informado.

Mal informado: Não dispõe de informações para satisfazer as necessidades da criança.

Bem informado: É o gerente; Lida com os conflitos entre o ego-pai e a criança.




Aspectos da criança:

Criança livre e criança neurótica ou adaptada.

A adaptada pode ser submissa ou rebelde.

Cada uma numa versão positiva e negativa:

As combinações:

3. Livre positiva: Espontânea, criativa, afetuosa, etc.
4. Livre negativa: “Criança louca”. Muita criatividade, muita energia desfocada em um adulto que não é suficiente. Vai fazer carinho na namorada e arranha.
5. Adaptada submissa positiva: Vê limites.
6. Adaptada submissa negativa: Medrosa, culpada.
7. Adaptada rebelde positiva: Capacidade de se rebelar contra injustiças.
8. Adaptativa rebelde negativa: “Do contra’, vingativa, competitiva em excesso”.

Egograma:

3. No gráfico abaixo, vemos uma situação ideal de personalidade.
4. A linha do meio indica a predominância do adulto na personalidade.
5. As linhas menores representam respectivamente (da esquerda para a direita) o PC, PN, CL, CA.
6. Produzir o seu egograma pessoal.
7. Normótico: Tem 100% de energia distribuída entre os estados de ego. Seu egograma forma uma parábola perfeita.
8. A relação entre o Pai crítico e a criança livre pode ser representada por uma gangorra. Quando um sobe de um lado o outro desce do outro.

Carícias.

3. Unidade de reconhecimento humano, ou estímulo.
4. Podem ser positivas ou negativas.
5. As negativas podem ser de lástima ou agressivas.
6. Podem ser físicas, verbais, materiais.
7. Podem ser condicionais ou incondicionais.
8. A Carícia é uma necessidade que começa com fome de contato físico.
9. Um adulto precisa de outro tipo de carícias, além do toque físico, como reconhecimento, por exemplo.
10. Cinco leis neuróticas das carícias:

3. Não dê.
4. Não peça.
5. Não aceite.
6. Não se dê.
7. Não recuse.

Emoções:
  1. As emoções autênticas são cinco:

3. Alegria.
4. Afeto.
5. Tristeza.
6. Raiva.
7. Medo.

2. Disfarce.

2. A emoção autentica passa. O disfarce é que nem disco riscado.
3. A indiferença é um freqüente disfarce da tristeza.
4. A depressão é um disfarce usado contra a raiva e contra a tristeza.

3. A emoção pode ser substituída por:

3. Outra emoção, como a troca entre raiva e tristeza.
4. Pensamento.
5. Conduta compulsiva (Comer, fumar, sexo).

4. Critérios para identificar uma emoção:

4. Medo: Ameaça.
5. Alegria: Comemoração.
6. Afeto: Compartilhamento.
7. Tristeza: Perda.
8. Raiva: Limite, impossibilidade.

5. Todas as emoções acontecem com um pico, com exceção do afeto: Ele chega ao pico e pode permanecer no pico por tempo indeterminado.

6. Disfarces psicossomáticos:

6. Raiva: Asma, gastrite, úlcera.
7. Tristeza: Diarréia (John Pierrakos- “Choramos pelo intestino”).

7. A emoção autentica acontece na criança livre; O disfarce acontece na criança adaptada.

8. A emoção autentica transforma a vida. O disfarce não.

 Mensagens.
  1. Seja forte: Faltou permissão para mostrar emoções.” Mostrar emoções é sinal de fraqueza”; “Pedir ajuda é feio, e as pessoas não vão gostar de mim”; “Eu agüento”, “eu me viro”, “deixa comigo”.

2. Seja esforçado: Mais compromisso em mostrar esforço do que realizar a tarefa.”Vou tentar”; “Quem sabe”. Faltou o “Você pode”.

3. Seja perfeito. Exige a perfeição dela própria e dos outros. Muito crítico, se sente profundamente mal se erra.A pessoa que não sabe se dar um 10. Se ligam nos detalhes. Faltou: “Você pode fazer do seu jeito”, “errar é humano”, “eu vou gostar de você mesmo que você falhe”.

4. Seja apressado: Acha que o mundo não vai esperar por ela, ou não tem tempo para ela. Age por condicionamento. Faltou: “Eu vou esperar por você”; “Você tem todo o tempo que precisa”.

5. Agrade sempre: Acha que é responsável pelo bem estar dos outros. Mais cedo ou mais tarde sente muita raiva. “Eu queria um copo dágua...” Faltou “você é uma pessoa importante”, “As suas necessidades também devem ser consideradas”.

6. Diferença entre o Agrade sempre e o salvador: Um é uma mensagem a partir da criança, que necessita de aprovação e a busca. Salvador é a vontade de cuidar ou dominar.

Estrutura da neurose.
  1. Pensamento e Diálogo interno.

6. Pensamento: 1 + 1 = 2. Há um resultado.
7. Diálogo interno: Não leva a nada.

2. Problemas: Dificuldades não resolvidas. (Pensamento disfuncional?).

3. Neurose: Problemas não resolvidos. Dificuldade em lidar com a realidade.

4. Porque não resolvemos as dificuldades/problemas? Porque entramos nas condutas passivas.

5. Condutas passivas:

5. Nada fazer: Viu o carro indo para o muro e não tira o pé do acelerador. Paralisa, dá um branco. Tem origem no medo e na resistência.

2. Sobreadaptação: É um agrade sempre exagerado. Adapta-se ao que o outro espera dele.

3. Agitação: Muita energia desfocada. Muito diálogo interno. Quando é muito intenso pode levar à violência.

6. Nossos problemas começam quando não fazemos o que precisamos fazer.

7. As condutas passivas são aprendidas com a simbiose.

8. A simbiose existe quando você atua como uma metade se juntando com outra metade, em geral a criança de um com o ego +pai do outro.

9. A simbiose é natural na infância, pois um bebê deixado sozinho morre.

10. Na conduta passiva, você convida alguém a fazer uma simbiose com você.

11. Uma relação saudável pressupõe que os três estados de ego (criança, ego, pai) têm acesso direto entre si.

 
 
Jogos.

11. Relações entre as pessoas com motivações ocultas onde em algum momento uma se sente enganada.

2. Servem para confirmar as crenças.

3. Três tipos: Perseguidor, Salvador, Vítima.

3. Perseguidor: Pessoa que quer corrigir o mundo. Tem um pai crítico negativo.
4. Salvador: Quer salvar o mundo.
5. Vítima: Acha que o mundo está em débito com ele/ela.
6. Os papeis podem se alternar nos jogos. Quem era P passa a ser S, que passa a ser V, etc.

4. Jogos:

4. Perseguidor: Um chefe vê que você está fazendo errado no começo e lá na frente fala: “Ahá, te peguei”.

2. Vítima: Derruba o vinho no linho branco, faz uma besteira para todo mundo falar que gosta dele mesmo sendo desastrado.

3. Salvador: Tem que procurar e achar uma vítima.

5. Os jogos são uma forma de jogar a responsabilidade do que quero ou da minha necessidade sobre o outro.

6. Como sair?

6. Vítima: Pelo adulto.
7. Salvador: Criança livre.
8. Perseguidor: Pai Nutritivo.

Argumento de vida.

6. Programa inconsciente de vida.  È um programa de vida que a criança decide, sob a influencia dos pais, + ou – no fim da primeira infância (Sete anos).

2. Não existe destino. Sua vida é o resultado do que você fizer com ela, (de forma consciente ou não).

3. O trabalho é trazer o argumento para a consciência e transformá-lo em outro argumento, agora consciente.

4. Palavras chave: “Eu quase”, “eu nunca”, etc.

5. Tipos de argumentos:

5. De fracasso.
6. De solidão.
7. De fracasso + de solidão.

6. Repetir e adiar: Mecanismos que perpetuam o argumento em nossa vida.

Elementos de estruturação do tempo.

6. Trabalho.
7. Solidão.
8. Ritual.
9. Passatempo.
10. Intimidade.
11. Jogos.

Bibliografia:
  1. Nascidos para vencer. Muriael James, Ed. Brasiliense.

2. Amar pode dar certo. Roberto Shinyashiki, Ed.Gente.