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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Meditação e Psicoterapia - Greg Bogart, PhD



Meditação e Psicoterapia - Greg Bogart, PhD.

 
Ari Raynsford, citando Ken Wilber: “Psicoterapia evita que se tenham pesadelos. Meditação faz acordar do estado de sonho”.
 
Revisão da literatura. - Greg Bogart.(Publicado no American Journal of Psycotherapy,1991).

Resumo de Andre Barreto.


 
Introdução:
 
São compatíveis meditação e psicoterapia? São compatíveis as abordagens de Jung e dos psicanalíticos à luz das pesquisas transpessoais com meditação?
São complementares? Podem ser integrados? Meditação ajuda ou atrapalha o processo terapêutico? Há perigos? Como estes perigos podem ser evitados?
Greg nos cita três abordagens para essa ponte de benefícios: Mudanças (que colaboram para a psicoterapia) fisiológicas, comportamentais e cognitivas.

 
Meditação:
 
Goleman: Existem duas abordagens básicas: Técnicas de concentração ( Yoga sutras, Budismo, TM) e técnicas de Insight ( Vipassana).

“Vipassana is a training in mindfulness in which attention is focused upon registering feelings, thoughts, and sensations exactly as they occur, without elaboration, preference, selection, comments, censorship, judgment, or interpretation(10) (p.21). It is a process of expanding attention to as many mental and physical events as possible, the goal of which is understanding of the impermanent, unsatisfactory, and non-substantial nature of all phenomena.”



 
Porque usar a Meditação em Psicoterapia?

 
Deatherage: Regime de auto-tratamento. Desenvolvimento do eu observador. O cliente passa a conhecer seus processos mentais e a controlar ou moldar estes processos.
 
Carpenter: Meditação em muito a contribuir com a psicoterapia.
 
Shapiro e Giber: Estudo do relaxamento e dos estados alterados.
 
Deikman: Sobre a natureza do eu observador. Meditação é uma ajuda, mas não substitui a psicoterapia. Ótima descrição das diferenças.
 
Vassalo e psicologia Budista. Meditação ajuda a aceitar a realidade e a diminuir as preocupações individualistas.
 
Kutz, Borysenko, and Benson: Devemos começar a praticar meditação antes e durante o processo terapêutico gera grandes benefícios, é compatível e mutuamente reforçador.
 
Bradwejn, Dowdall, and Iny: O objetivo da meditação (descobrir que o ego é ilusório) é incompatível com o processo terapêutico (fortalecimento do ego).
 
Corton: Antes de considerar o uso da meditação, é importante localizar o nível de consciência em que o paciente se encontra.
 
Wolman: Esta combinação é redundante.
 
Dubs: Estudando 30 casos de prática, descobriu que a raiva não resolvida é um obstáculo para o avanço do processo. ”O desenvolvimento psicológico e espiritual está colocado em seqüência de desenvolvimento. (Discssão de Wilber em Psicologia integral: Níveis ou linhas de desenvolvimento?).
 
Bacher: Uma abordagem em seqüência é mais útil do que simultânea. Priorizar o trabalho psicoterapeutico no início.

Vaughan produziu uma lista de elementos comuns: “Telling the truth; releasing negative emotions; the need for effort and consistency; authenticity and trust-avoiding self-deception; integrity and wholeness-accepting all one's experiences and allowing things to be as they are, rather than living in a world of illusion and denial; insight and forgiveness directed toward oneself and others; opening the heart and developing the capacity to give and receive love; awareness and nonjudgmental attention; liberation from limiting self-concepts, from fear and delusion, and from the past and early conditioning.´

Kornfield: "the cutting power of samadhi, the stillness of the mind in meditation" that can "penetrate the surface of the mind" and "empower the awareness to cut neurotic speed" (p.37). Meditation, in his view, is a means not merely of seeking comfort and stability, but of working with inner turmoil and undergoing a profound transformation that represents the death of the self that is the main focus of attention in psychotherapy. Meditação não faz tudo. Onde a psicoterapia é melhor.


Odanjnik: Meditação aumenta autoconsciência mental e emocional.
Brooks and Scarano. Pesquisa com traumatizados de guerra (Vietnã). Mais efetivo que psicoterapia.

“Much of the physiological data on meditation suggests its effectiveness for treating a variety of stress-related, somatically based problems. Many studies have suggested that meditation could be a promising preventive or rehabilitative strategy in treatment of addictions, hypertension, fears, phobias, asthma, insomnia, and stress. Research has also suggested that subjects using meditation change more than control groups in the direction of positive mental health, positive personality change, self-actualization, increased spontaneity self-regard and inner directedness and self-perceived increase in the capacity for intimate contact.”


Delmonte: Meditação não muda o temperamento, mas diminui depressão e aumenta auto-atualização.
Childs aplicou a técnica de TM a jovens infratores e consumidores de drogas. Notou uma dimiuição de ansiedade e no uso das drogas, e melhorias no comportamento e nos relacionamentos interpessoais. Dice notou emrelação ao uso da TM uma melhora na auto estima e no locus interno de controle para o mesmo grupo humano. Lesh, aplicando a técnica de meditação a ele mesmo, notou um aumento na acuidade e na empatia em seu trabalho com os clientes, além de uma abertura para sua própria vivência interior. Keefe acredita que a meditação leva a uma maior consciência dos próprios sentimentos, melhorando a percepção interpessoal e a presença centrada, ou seja; Melhorando sensivelmente o trabalho do terapeuta em geral.


Goleman defende a eficácia do uso da meditação como mecanismo de descondicionamento em casos de ansiedade difusa, mas não em tratamento de medos ou fobias específicas. Em sua visão as respostas de meditadores nas situações de stress podem ser mais adaptativas, junto com a habilidade crescente de deixar o stress ao invés de permanecer perturbado após uma situação estressante já ter passado.


A visão de que a meditação leva a uma redução de ansiedade permanece polêmica para alguns profissionais. Muitos dos pontos citados acima foram contestados em sua metodologia por Smith, Boswel e Murray. Para estes, os resultados falham uniformemente em mostrar que a meditação é um método efetivo de reduzir a ansiedade. Delmonte fez medições fisiológicas em meditadores e concluiu que não há evidência forte de que a meditação está associada a uma mudança bioquímica efetiva.

O modelo do Relaxamento.

Muitos dos benefícios clínicos delegados à meditação são atribuídos ao estado fisiológico de relaxamento associado à prática. Estudos indicaram que meditadores obtém ganhos significativos em decréscimo de consumo de oxigênio, eliminação de dióxido de carbono, nível respiratório e cardíaco, latencia arterial.  
 
Fim


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